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domingo, 30 de maio de 2010

Asneiras e inutilidades de uma mente insone e insana

Estava estudando neurologia aqui no escritório enquanto papeava com alguns coleguinhas virtuais, para não enlouquecer sobre os livros. Falávamos sobre casamentos, sexo e outros assuntos Ritterianos. Pensávamos em quão bão seria nosso querido coleguinha Ritter organizando uma despedida de solteiro; afinal de contas, ele fala tanto sobre sexo e outros assuntos relacionados que seria um desperdício ele não ser o organizador da despedida de solteiro do Mr Gomelli, por exemplo! Se ele não soubesse organizar, não seria por falta de imaginação, é questão de "abrir a caixinha de ferramentas"!! hahaha

Então eu parei e pensei, com as mudanças nos relacionamentos interpessoais atualmente os organizadores de despedidas de casados sim lucrariam, e muito! Essa semana na academia, olhei para o lado e vi uma vizinha minha - ela se separou com uns 5 anos de casada. Logo ali nos aparelhos de peitoral estava o colega que me deu carona - ele havia se separado com 1 ano e 2 meses de casamento. Tantas histórias... São raros os casais que duram.
E o pior de tudo, as pessoas já casam pensando em separar!
Estava tomando café no barzinho do HU enquanto duas moças conversavam na mesa ao lado. Elas estavam falando sobre os preparativos dos seus casamentos. Uma delas já tinha assinado os papéis - separação de bens - "a família dele só tem mortos de fome, já pensou quando a gente sepaara? Iam querer me levar até os fundos das calças!" Ela nem se deu ao trabalho de usar a expressão " se a gente separar"; ela foi categórica - quando.

É... Para sonhadoras como eu, que sempre idealizaram uma família feliz, com filhos no quintal, um cachorro brincando no jardim e o marido e a esposa abraçados na varanda, essas são mudanças assustadoras! Assustadoras...
O individualismo está tomando conta de todos e acaba por aumentar as distâncias entre as pessoas. Do que adianta tanta tecnologia nos celulares com videoconferências, msn com camêra em tempo real, empresas aéreas em promoção, se na verdade as pessoas memso perto, estão tão distantes entre si?

Acho que vou voltar ao Babinski!

Vou estudar, porque casar tá foda!

=)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pensamentos Insones

Estava assistindo um filme, estilo comedia romantica com George Clooney, achando que ia ser apenas mais um momento de amenidades nas minhas noites sozinha,desde que deixei o apartamento. Comecei a ver a trama e nada era surpreendente - como haviam descrito na contra capa - e pensei dinheiro jogado fora de novo! Nao era exatamente frustracao,era so uma sensacao tola de vazio que sempre me tomava apos ver que mais um filme era chato e nada surpreendente.
No entanto existia alguma riqueza de persoalidade na personagem mais jovem, um que de vitalidade, como uma chama brilhante, tarnslucida, reluzente... Ela fazia o papel da recem formada inesperiente mas muito competente, que no fim das contas, ainda tem muito o que aprender (nao, nao foi isso que me chamou atencao, afinal de contas tambem sou jovem e muitas vezes, prepotente). O que me chamou atencao foi a forma como ela demonstrava paixao e conviccao em cada ato, em cada gesto... Ela era a figura apaixonada, o que acabou contagiando os demais personagens da trama.
Ver o personagem durao de Clooney me fez reviver a barreira quase instransponivel que e se apaixonar por alguem de coracao gelado - ou livre, leiam como quiserem.

Amar e uma aventura muito maior que se manter sozinho. E se arriscar,e correr o risco de perder conquistas e sonhos tracados anteriormente, e cruzar a tenue barreira entre o possivel e o impossivel. E fazer acontecer.

Eu sempre me pergunto por onde anda a Juiany apaixonada pela vida... As vezes ela acorda de umsono profundo eda as caras pro aqui, masnao e muito frequente. Ultimamente ela andava a solta, depois de ter encontrado um certo maluco sonhador por ai, mas ela esta com medo. Medo de dar certo e ter que correr riscos reais! Er tao mais facil se manter no casulo da solidao e colocar,ainda por cima,a culpa no mundo - poxa, eu nao tenho ninguem!
Eu preferi passar meses, ano e meio da minha vida chorando a perda e um amor que nao soube ser amor... Isso porque me apaixonar me jogaria novamente no abismo da incerteza. E jogou. Sem piedade! Fiquei tao sem rumo, logo eu tao centrada em meus objetivos, em minhas conquistas, novamente apaixonada.

Posteriormente a constatacao acima, eu me perguntei porque eu ainda chorava as vezes, sozinha. Nao tive resposta para essa pergunta durante meses a fio,mesmo buscando por ela incansavelmente. Hoje eu sei que as lagrimas foram pelos planos jogados no lixo, pelo tudo que poderiamos ser juntos e nao fomos, pelos sonhos que nao vivemos em conjunto, foi pelo fim e nao por alguem...

E agora? Viver, se jogar no mundo, sentir, amar e ser amada e acreditar novamente que vai ser pra sempre.

OBS- estou num teclado completamente desconfigurado, entao facam um esforcinho para entender o texto.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Série: convite de formatura

Aos pais:

Oi pai, oi mãe, chegou a grande hora; tão bom ver vocês aqui comigo, nós três juntos! Lembra o quanto a gente sonhou por esse momento?
Nada de choro, hein?! Sei que vocês já sabiam. No fundo, acho que só vocês sabiam. E agora é a hora. Acabou, sou médica! Como posso agradecer todo o sacrifício de vocês hein?
Obrigada pelo carinho, pela compreensão, pelos cafés nas madrugadas, pelo campanheirismo e empolgação ao acompanhar minhas primeiras tentativas de ser médica quando eu examinava os vizinhos, para quem vocês faziam gosto de contar que tinham uma filha quase "doutora" em casa. Obrigada também pelo jaleco, mãe, aquele jaleco que a gente vou procurar no "centro da cidade" num preço que a gente pudesse pagar - você tinha razão, ele não amarelou até hoje! Pai, paizinho, e aquele esteto que o senhor me deu?! Foi suado né, mas valeu a pena, eu nunca deixei passar um soprinho na aula do Dr Heinish.
Obrigada por me financiar os livros, as viagens, os congressos, esses tantos sonhos e devaneios que, mesmo muitas vezes sem entender, vocês sabiam que eram essenciais para a minha felicidade. Olha, tudo que vocês me deram foi muito importante pra minha formação, mas com certeza, o que não puderam me dar me ensinou a sempre querer vencer na vida, a buscar e conquistar, a sonhar mais alto, e com certeza isso, fez de mim alguém melhor que eu era.
Agora um agradecimento especial pra vocês por estarem sempre do meu lado nos momentos mais difíceis, quando eu adoeci e precisei tanto do apoio de vocês. Muitas foram as noites em claro na clínica, a calma (ou a falta dela) na esperança da minha melhora, só vocês puderam entender meu sofrimento e puderam presenciar a dura jornada de ser paciente e quase médica num submundo de preconceito e dor. Tenho muito orgulho da nossa união, da nossa garra. Obrigada pelos xerox que me levavam e que me ajudaram a vencer as provas da faculdade e da vida.
Obrigada pelo abraço apertado me acalmando quando eu achava que era impossível, obrigada por confiar em mim assim, tão incondicionalmente.
Conseguimos! Essa vitória é nossa!

Aos mestres e às equipes de trabalho:

Grandes! Faltam palavras para descrever meus queridos professores nessa hora, mas enfim e com certeza, grandes seres humanos, acima de tudo, são os meus mestres nessa jornada.
Sem generalizações, mas respeitando a sua individualidade, com carinho quero agradecer aos meus mestres que souberam me guiar na arte de fazer medicina; aos que tentaram me ensinar a melhor forma de me colocar frente o paciente; aos que tiveram a sensibilidade de prever as minhas angústias na dor e na impotência perante os muitos problemas sociais; aqueles que mesmo sem o título souberam ser grandes professorese talvez, muito mais presentes na minha memória que muitos outros "donos das provas"; a todos que me deram a chance de mostrar o que eu sabia (e o que não sabia) e me deixaram tentar, errando e acertando, a dar meus primeiros passos na clínica.
Obrigada ao pessoal da enfermagem de uma maneira geral, pela paciência que tiveram em me ensinar e reensinar as diluições de medicamentos (e eu sempre fazia errado); aos acessos que conseguimos pegar juntos; à parceria que fizemos algumas madrugadas pra "limpar a sala de medicação"; pelas vezes que me atenderam carinhosamente quando fiquei doente; pelos sorrisos, pelos cafés e pelo carinho que dividimos por essa nossa profissão.
Em especial, quero agradecer ao pessoal da emergência do HU! Foram muitos anos de contato, de aprendizado, de carinho e insônia com vocês! Guardo na memória e no coração cada plantão - desde os plantões voluntários de férias até os do internato! - foi bom demais ter a companhia e a supervisão dessa super equipe, que me atrevo aqui a chamar de "nossa equipe"! Também ao pessoal da triagem obstétrica, meu agradecimento carinhoso pelos cafezinhos, pelo colinho quando a gente chorava escondido, pela cobertura nas nossas fugas para escrever o TCC e pela forma maravilhosa de mostrarem que a obstetrícia pode ser muito mais humanizada e menos dolorida que eu poderia imaginar! Eu sei que esse trabalho que vocês fazem é um "parto"! Não poderia esquecer da pediatria, meus queridos, vou sentir saudades de vocês! Eu sei que eu agitava os plantões e raramente a gente tinha sossego, mas acreditem, sempre foi inesquecível a companhia de cada um!

(continua amanhã, hoje to sem idéias...)