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sábado, 23 de janeiro de 2010

Pontos nos "i"s

Tamanha foi minha surpresa ao ler um texto antigo, meu, e ver um recado novo, de uma leitora - Gabriela. Pensei: enfim! Uma cara nova aqui, legal!

Ledo engano!

Só mais uma, como posso expressar sem ser azeda? Bem, enfim, apesar da diferença de opinião e de filosofia de vida, existe uma longínqua diferença de conhecimento entre mim e a Gabi (vamos chamá-la de Gabi).
Gabi não sabe NADA de modelos assistenciais, Gabi não sabe NADA de saúde, Gabi não sabe NADA de política e ainda, Gabi não sabe NADA de gente.

Para que possam escrever segue abaixo o comentário da Gabi:

"Minha cara, vc somente está repetindo o modelo cubano de saúde pública, que diga-se, é uma porcaria, mas é claro, falsamente "propagandeada" como a melhor do mundo. É claro, para um país falido como Cuba, não existe outra solução, ou é a medicina familiar, ou é medicina nenhuma, vez que o estado cubano, e nem o seu povo, tem condições de investir em medicina especializada. É um bom modelo pra Cuba mas para o Brasil não serve. Acho louvável a sua vocação em ajudar os mais necessitados, e realmente acredito que o modelo da medicina familiar aproxima mais o médico do cidadão. Mas quantos médicos precisaríamos, milhares com certeza. Vc se sujeitaria a receber o salário de 50 dólares por mês que o estado cubano paga aos seu médicos? Assim, nota-se que a conta não fecha, pois, não teríamos condições de remunerar com um salário digno os milhares de médicos a que esse modelo se propõe - somente Cuba o consegue por se tratar de uma ilha-prisão. Portanto, cara aluna de medicina, não perca tempo, e dinheiro do contribuinte, reverberando propaganda comunista. Estude bastante, seja uma médica competente, - não tenho dúvidas disso -, somente assim um dia você poderá retribuir o dinheiro que o estado brasileiro investiu em você. Sucesso p/ vc."

Vamos começar do começo, como diria minha mãe.

O modelo assistencial de atenção primária BRASILEIRO é a Saúde da Família. Nesse modelo, ocorre a preconização de uma equipe de saúde da família para cada 4 mil habitantes. Não acho que sejam tantos médicos por habitante assim, acho, inclusive que é bastante habitante para cada médico.

Por sinal, a INGLATERRA e o CANADÁ utilizam-se de modelos assistenciais semelhantes ao brasileiro, ou seja, também fazem uso de atenção primária (primary heath care) lá, não acho, Gabi, que seja um modelo assistencial para pobres. Até porque o PIB desses países não me parece nada, nada com um PIB africano, por exemplo. Obviamente que eles possuem população pobre, no entanto, fique sabendo, Gabi, que a atenção primária na Europa é o modelo de atenção preferido pelas classes média e alta! Quem diria?! A medicina falida de Cuba é pop entre os adinheirados!

Cuba é um país em crise, os médicos estão ganhando salários muito ruins, realmente.... No entanto, TODOS em Cuba, estão ganhando muito mal. No entanto, ser ou não ser comunista não tem nada a ver com atenção primária... Gabi...

Ai ai... É complicado ter de ler tantas bobagens de alguém que jura que arrogância é sinonimo de astúcia!

Não faço medicina pelo dinheiro, se quisesse dinheiro faria algo voltado ao sistema capitalista. Apesar disso foi contra a corrente e fiz medicina. Também não visto uma camisa rasgada e um chinelo de dedos e me acho uma pé rapada feliz, não é isso. Acredito que os profissionais deveriam receber salários justos pelos seus serviços! No entanto, em outros países além de Cuba, essa não é a realidade. As pessoas recebem menos que merecem, é uma verdade universal.

Não pense caro leitor, e Gabi você também!, que a medicina especializada vai ser a solução dos nossos problemas! Acredite! Enquanto nossa atenção secundária e terciária estiver abarrotada de pessoas com dor de barriga e dor de garganta, em vez de atender os politraumatizados e cânceres ressecáveis, não teremos tempo hábil de atender o que realmente temos de atender.

Como diria o sábio - cada um no seu quadrado (risos)- e o que está acontecendo é que pensasse que é a medicina hospitalar que faz falta, mas a grande verdade (estatisticamente comprovada) é que os brasileiros - e a população do mundo em geral - morre muito mais de doenças crônicas e longitudinalmente preveníveis do que de afecções agudas de atendimento imediato!

As doenças que o "médico do postinho" trata, são as doenças mais "graves" e mais letais, ou seja, enquanto a atenção primária estiver defasada estaremos deixando o brasileiro morrer na "porta do hospital"...

Na minha opinião, Gabi, a maior doença crônico degenerativa do homem é a que você tem - a covardia de aceitar o novo, o diferente. E, para piorar o seu prognóstico ( e o de vários outros que pensam como você - é que você ainda possui comorbidade sérias, como: arrogância, falso moralismo, falsa inteligência e síndrome de "rei na barriga".

Cuidado Gabi! Cuidado!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Clínica Baseada no Pessoa

O método da clínica baseada na pessoa é uma inovação do meio médico, especialmente utilizada por médicos generalistas Ingleses, Canadenses e, agora também, pelos médicos de família brasileiros. As residências de medicina de família têm propiciado esse momento de aprendizado tão fascinante aos estudantes, e por isso, eu resolvi falar sobre ele hoje, para que o público em geral também possa conhecê-lo.

Quando um médico atendo a um paciente, ele está obedecendo regras e condutas que aprendeu durante sua formação, que são ditadas pela SEMIOLOGIA MÉDICA; onde o estudante aprende como fazer a ANAMNESE - ou seja, história do paciente - e o EXAME FÍSICO - que seria o ato de examinar em si, tocar o paciente. Cada gesto, a forma de AUSCULTAR - ouvir os batimentos do coração, os ruídos do abdome, ou o ar entrando e saindo dos pulmões - assim como outras manobras realizadas durante o exame físico são ensinadas aos estudantes, que aos poucos vão pegando o jeitinho das técnicas. É por isso que a consulta médica, muitas vezes, parece um ritual onde o médico realiza os mesmo procedimentos, uns mais rápido outros com mais paciência, mas em geral, de maneira muito semelhante.

No entanto, essa padronização de ritual não se aplica tão fielmente ao momento da conversa com os médicos. É muito comum ouvir reclamações por parte dos pacientes referindo que O DOUTOR NEM OUVIU O QUE EU DISSE!; ou então AQUELE MÉDICO PARECE QUE É SURDO, EU FALO, FALO, MAS ELE SEMPRE ME DÁ O MESMO REMÉDIO QUE EU JÁ FALEI QUE NÃO FUNCIONA!...

É... Como podemos mudar a conduta médica se mesmo, em nossas vidas não somos capazes de ouvir o outro? Quantas vezes em nossas vidas em discussões, nos sentimos vencedores porque deixamos o outro - sem palavras!... ?
Ahhh, grande seria nossa sabedoria se soubéssemos ouvir mais!

Já parou para tentar ficar em silêncio com alguém? A espera que essa pessoa dê início ao texto que ela tem vontade de falar? Hein? Ou talvez em silêncio com a namorada, esperando que ela dê o primeiro passo e te peça em casamento! Em silêncio com sua avó, esperando que ela comece a cantarolar a velhas músicas que você ouviu enquanto ela estendia roupas e você corria atrás dos cachorros no quintal.

Saber escutar doutor! Quem diria, você, do alto da sua plataforma de pedras, ter de ouvir o paciente!

Quem diria, hein?!

Todas as regras de conduta para uma convivência harmoniosa podem ser extrapoladas para a clínica, e isso já faz do médico, um profissional melhor. Pena que nem todo mundo tenha esses preceitos de educação assim, em mente, de cor.
Encerro o texto assim, sem falar tudo que deveria sobre clínica, já que muitos dos meus leitores, provavelmente a maioria deles nem é da área médica, mas tentando deixar essa mensagem para o fim de semana, para o mês, para a vida - SAIBA OUVIR!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Segunda feira

Com cheiro de ano novo mas já, com indícios de ano corrente segue o 2010! Muitos brasileiros, como eu, estarão de volta ao trabalho amanhã, segunda feira!
É na segunda feira que tudo começa (ou recomeça). É o dia das promessas inadiáveis, dia da dieta, de voltar à academia, de estudar, de ser melhor, diferente, feliz!
Hoje é domingo, e todos os pecados do mundo são cabíveis num domingo, até mesmo excomungar a pobre segunda feira por vir! Mas é também no final do domingo que nascem os desejos de mudança e as expectativas para uma segunda feira melhor! Diferente da sexta, que é quando estamos baixando a guarda e planejando sair completamente do roteiro, extravasando tudo que deixamos de lado durante a semana. O ciclo dos dias da semana ilustra bem como vivemos a vida.

Será que deveria ser assim?

Seria melhor se pudéssemos ser felizes todos os dias, não só, talvez, na segunda feira. Deveríamos ser comprometidos conosco, com nossa saúde e com as pessoas que amamos sempre, como se sempre fosse segunda feira... Talvez se pudéssemos mudar um pouco o foco da nossa lente da vida, as coisas fossem mais coloridas, mais nítidas, mas deliciosamente vividas. Eu quero tentar, você quer?

Aceitar o desafio de viver todos os dias e dormir com a sensação de dever cumprido! Não criar expectativas demais, simplesmente viver e saborear os momentos, as poças de chuva lá fora, o sol quente do meio dia, o sabor de um suco, o sorriso dos meus pacientes, o cheiro de terra molhada e o vidro do carro serenado após a noite de plantão... Eu quero viver cada dia como se fosse o último! E eu vou rir mais, e talvez chorar também! Quero me entregar por inteiro, nem que seja pra voltar atrás depois... Mas ter a chance de errar e acertar com a mesma intensidade.

Quero falar a verdade.

Quero ser mais eu, quero conhecer quem eu sou de verdade, intimamente.

E eu tenho uma grande chance, a carta na manga, isso porque amanhã, ahhh, amanhã é segunda feira!

Sejamos felizes nessa segunda!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Mulheres Orgásmicas

Estava vendo televisão outro dia, num desses sábados insones e chuvosos em que muitos solteiros como eu, resolvem se render à monotonia do sofá, e vi uma entrevista com uma especialista em sexo.
Ora vejam, especialista em sexo! Deve ser muito legal, imagina uma mulher dessa na cama? Ela tem todas as ferramentas não é, só precisa abrir a caixinha e "mãos à obra". hahahaha
Enfim, ela estava falando sobre, obviamente, sexo e o público fazia perguntas sobre o assunto. Uma menina perguntou sobre orgasmo - mulheres podem ter vários orgasmos em um ato sexual? Eu pensei - Claro! Orgasmos múltiplos, essa menina não lê nada! A doutora começou a responder e eu, sinceramente, fiquei surpresa com a resposta! "Tem mulheres que tem um só orgasmo ao final do ato sexual, enquanto outras tem múltiplos pequenos orgasmos durante a relação. Não tem como você ter múltiplos durante a relação e eum maior no final, entendeu? Ou você é de um tipo ou de outro."

Meu Deus, será?

Há um tempo atrás nem se sabia que a mulher podia ter orgasmos múltiplos, e agora que sabem, dizem que quem tem os múltiplos não pode ter o único no final. Eu sinceramente desconfio disso. Não, eu não sou prova viva disso. (risos) Apenas tenho a curiosidade de descobrir se existem formas de se levar uma mulher aos dois tipos de orgasmo, só isso! Tenho certeza que existem outros estudiosos sobre essa área que não compartilham dessa opinião...

Bem, muitas mulheres nem tem orgasmo... Fico pensando que, nem sempre a ciência pode ajudar mesmo o ser humano a se resolver. O sexo é um assunto banal, as pessoas transam antes do casamento, transam com namorados, transam com desconhecidos até... Mas nem sempre o prazer vem. Muitas mulheres referem que se sentem usadas após a transa, e que não é incomum o parceiro "sumir" depois de uma noite juntos.
As revistas falam sobre a transa perfeita, posições exóticas e eróticas, óleos, perfumes irresistíveis, calcinhas comestíveis, taras, fetiches... Não acredito que o ser humano vá se sentir completo só porque tem uma parceira acrobata na cama (não que isso não seja divertido ou excitante), mas ainda acredito que só o amor constrói certas sensações - confiança, esperança, se sentir completo. Talvez se as pessoas buscassem mais o amor, encontrariam toda a confiança que precisam para desvendar um mundo novo, sem máscaras, sem truques.

Seria tão mais fácil, não é?!

domingo, 3 de janeiro de 2010

Reveillon

A chegada do novo ano sempre parece algo longínquo e inatingível, no entanto quando enfim, ele chega, existe uma contaminação de alegrias e esperança, é como se Deus ficasse mais próximo de nós, e não fosse tão difícil de nos ouvir, e talvez, realizar nossos desejos.
Nesse fim de ano fiz algumas promessas bem boas, e pedi algumas preces da vez. A promessa é uma certa forma de negociar com Deus, quando temos a consciência que seria uma oferenda grande demais para recebermos assim, de "mão beijada"! É através da promessa que nos tornamos sujeito de nossas conquistas e seres em mutação, humildes à grandeza de um Deus poderoso e justo. É uma forma de firmar se firmar na fé diante de um desafio difícil de vencer, uma forma de se manter firme e forte diante das tentações.
Tenho certeza que os inícios de anos são momentos de reflexão e mudança, além da costumeira bebedeira que uma grande parte dos brasileiros pratica.
Aproveite a desculpa do ano novo para tomar atitudes nunca tomadas, e comece a construir os alicerces dos seus sonhos mais ambiciosos, vá devagar, não há pressa. Na dúvida, arrisque!
Faça promessas que vão lhe levar para frente e que estejam direcionadas apenas a você.
Não se preocupe com a vida dos outros, concentre-se em viver a sua própria vida.
Acredite em Deus, porque mesmo para aqueles que não acreditam, ele é um conforto e alento quando se pensa que tudo está perdido... É possível, nessa horas, deixar tudo nas mãos dele e, pelo menos, é como se existisse uma última carta na manga. Surpreenda-se com suas conquistas e comemore os bons momentos, não deixe para ser feliz amanhã, seja hoje!
Faça planos! Planos para quando dá tudo certo, planos caso dê tudo errado, planeje vitórias e revanches.
Divida a vida com alguém que ama. Ame o que puder amar! Amor é um exercício, e é preciso praticar antes que se esqueça como faz!
Pode acreditar, as coisas vão melhorar, a vida é a gente quem faz e tudo é uma questão de ponto de vista. Faça com que o seu ponto de vista seja sempre ensolarado e feliz. Dificuldades vão existir, mas serão superadas por aqueles que estiverem preparados para elas.
Estejamos preparados para a vida nesse 2010!

Ótimo ano a todos os leitores do O Rebate!