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domingo, 15 de novembro de 2009

Momentos difíceis

Eu sempre pensei que o final da faculdade fosse o auge da felicidade de qualquer um. Saber que conseguiu terminar o curso, avistar no horizonte as oportunidades de emprego, mudanças estão se apontando no horizonte. Vida nova!

Esperei com tanto entusiamo esse dia chegar que está sendo frustrante descobrir que nada muda. Os problemas continuam todos ali; se não são os velhos, surgem novos, mais enigmáticos e difíceis de resolver. Ou então tudo é marasmo, não há nada de complexo a ser feito, apenas a mesma ladainha de sempre, as mesmas decisões tolas, os problemas banais de resolução medular.

Estou frustrada.

Lembro da fofoqueira da residente comentando sobre a recém formada que entrou em depressão depois que as aulas acabaram. Disse que a garota estava só estudando para as provas de residência, e isso estava a matando, pois não tinha mais da rotina enlouquecedora da faculdade. Uma espécie de masoquismo socialmente consentido. Talvez a fofoqueira tenha razão.

Adoraria saber o que será de mim daqui a 1 semestre. Serei então feliz?

Esperei a minha vida inteira por esse momento. Eu sabia que ele chegaria, mas agora que está chegando, o que fazer com todas as conquistas? Comemorar pra quê? Ao acordar, abro os olhos e vejo a claridade de passa pela persiana. É a casa dos meus pais de novo. Sinto uma pontadinha no peito e uma saudade dos acordares no apartamento, quase um ano se passou desde então. (lágrimas)

As conquistas profissionais já me pareceram mais instigantes; hoje sinto uma vontade imensa de dividir esses acontecimentos com alguém, mas ninguém me faz sentir o que eu sinto por ele. Às vezes chego a pensar que simplesmente estou passando por um transtorno de ajustamento prolongado, e que o que eu sinto não é amor, é apenas mais uma das minhas fases depressivas. Estaria buscando na imagem dele, a culpa para a dor.

Eu crio teorias e mais teorias que não fazem a dor passar...

Foi por essa e por outras, que nunca mais escrevi.

Escrever me faz entender o que acontece, o que eu sinto. Talvez eu não queira entender.

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