ESF - Um novo olhar
(*) Juliany Luz
A medicina é a arte do picadeiro, em que o palhaço é você, o médico/estudante. As enfermeiras são aquelas pessoas pagas para aplaudir, misturadas ao público, fingindo que não sabem nada sobre o espetáculo, e a plateia, horas na fila à espera de um ingresso, quando presencia o show se revolta, se indiguina, estupra a etiqueta e solta o verbo no palhaço, que não deixa de ser um mero contratado do circo.
Você já pensou nisso?
De qualquer forma uma parte da culpa é do palhaço. É sim! Não me absolvo... Infelizmente, é isso que me mata dia a dia.O palhaço sabia que ia receber menos que mereceria, trabalhar mais que suportaria e ainda por cima não teria os recursos de que precisaria. Ele sabia de tudo isso, eles sempre sabem.
Mesmo assim fazer o quê?
Trabalhar na sinaleiro da cidade grande não dá futuro pra ninguém, nem pro jovem palhaço. Por isso ele foge pro interiorzão, onde trabalha num picadeiro pequeno, um público cativo e frequente mas, sem condições tecnológicas e funcionais alguma.
Com o tempo os malabares já não calam as reclamações da plateia, que espera sim, uma continuidade para o show; já pensou você buscar a resposta de uma pergunta e só ser respondido depois de 3 meses? Como vai dormir, comer, beber, viver até lá?
Pobre palhaço, desesperado, recorre ao dono do circo um picadeiro mais colorido, mais equipado, mais funcionários e assistentes para ajudá-lo a completar a equipe. Como bom e velho coronel, o dono do circo resolve facilmente o impasse: contrata um palhaço que fale menos, e faça mais.
O que será do palhaço agora?
O que será de mim daqui um ano e meio?
Adoraria saber...
(*) Acadêmica do Curso de Graduação em Medicina ( 9a fase) - Universidade Federal de Santa Catarina. Coordenadora do Estágio da Emergência de Clínica Médica - HU/UFSC
A medicina é a arte do picadeiro, em que o palhaço é você, o médico/estudante. As enfermeiras são aquelas pessoas pagas para aplaudir, misturadas ao público, fingindo que não sabem nada sobre o espetáculo, e a plateia, horas na fila à espera de um ingresso, quando presencia o show se revolta, se indiguina, estupra a etiqueta e solta o verbo no palhaço, que não deixa de ser um mero contratado do circo.
Você já pensou nisso?
De qualquer forma uma parte da culpa é do palhaço. É sim! Não me absolvo... Infelizmente, é isso que me mata dia a dia.O palhaço sabia que ia receber menos que mereceria, trabalhar mais que suportaria e ainda por cima não teria os recursos de que precisaria. Ele sabia de tudo isso, eles sempre sabem.
Mesmo assim fazer o quê?
Trabalhar na sinaleiro da cidade grande não dá futuro pra ninguém, nem pro jovem palhaço. Por isso ele foge pro interiorzão, onde trabalha num picadeiro pequeno, um público cativo e frequente mas, sem condições tecnológicas e funcionais alguma.
Com o tempo os malabares já não calam as reclamações da plateia, que espera sim, uma continuidade para o show; já pensou você buscar a resposta de uma pergunta e só ser respondido depois de 3 meses? Como vai dormir, comer, beber, viver até lá?
Pobre palhaço, desesperado, recorre ao dono do circo um picadeiro mais colorido, mais equipado, mais funcionários e assistentes para ajudá-lo a completar a equipe. Como bom e velho coronel, o dono do circo resolve facilmente o impasse: contrata um palhaço que fale menos, e faça mais.
O que será do palhaço agora?
O que será de mim daqui um ano e meio?
Adoraria saber...
(*) Acadêmica do Curso de Graduação em Medicina ( 9a fase) - Universidade Federal de Santa Catarina. Coordenadora do Estágio da Emergência de Clínica Médica - HU/UFSC
1 Comentários:
Oi Jyoti...
1. Seja bem-vinda aos colunistas de "O Rebate".
2. O texto comentei no blog "Nariz de palhaço" (https://www.blogger.com/comment.g?blogID=318360412707446519&postID=2951008462910489395&pli=1), em outra ocasião. Mas, a opinião é a mesma...
3. Sucesso!
4. Beijos de luz,
William
Por William Wollinger Brenuvida, às 19 de dezembro de 2008 às 02:54
Postar um comentário
<< Home